sábado, 20 de maio de 2017

O Banquete


Resumo


O Banquete, do filósofo Platão, é um compendio dos discursos proferidos por um grupo de pensadores sobre as atribuições do Amor. O local deste simpósio é a residência de um deles, Agatão, discípulo de Sócrates. O prelúdio da história se passa quando Glauco questiona Apolodoro sobre os acontecimentos da reunião; a narração dos fatos é feita, e o testemunho de Apolodoro elucida as ideias expostas naquele banquete.
Fedro é o primeiro a discursar, defendendo a autoridade de Eros (Deus do Amor) perante os outros deuses, por ter nascido antes de todos. Critica também os poetas, por homenagearem todas a divindades, com exceção de Eros.
Após discursa Pausânias, que acredita na existência de dois Eros (um que busca apenas os prazeres, desejos sexuais, e outro que busca a perfeição no modo de ser para a pessoa amada).
O médico Erixímaco segue o discurso, destacando a função harmônica de Eros no universo, no Cosmos, e que também está inserido na natureza das artes e da vida humana.
O próximo a falar é Aristófanes, o poeta, descrevendo o mito sobre a origem do homem e da mulher; na sua opinião, o amor é um anseio pela completude dos seres, antes andróginos, mas que foram divididos em dois desde que Zeus atingiu-lhes com seu raio, por tentarem alcançar o Olimpo.
Agatão, discípulo de Sócrates e anfitrião do banquete, segue a discussão. Ele critica o modo como os outros convivas expuseram suas considerações sobre o Amor. Ele diz que não foi o deus (Eros) o elogiado, e sim os homens que foram felicitados pelos ganhos que o deus os propiciou. Ele dita uma série de características próprias do Amor, e não os seus dons; concordando em parte com Fedro, ele acrescenta que Eros não é o mais antigo, mas o mais jovem dentre os deuses, sempre procurando fugir da velhice.
O mais ilustre entre eles, o filósofo Sócrates, finalmente discursa, para o agrado de todos, recorrendo inicialmente a uma revelação dada por uma profetisa, Diotima, que lhe contou sobre o mito da origem de Eros; este seria filho da Riqueza e da Pobreza, sendo o Amor, então, intermediário dessas duas divindades. O amor, segundo Sócrates, é a eterna busca pelo que se ama; não será amado aquilo que se possui, e sim a carência deste bem gera o desejo de amá-lo.


Citação


"Chamo mau ao amante vulgar, que ama mais o corpo do que o espírito, porque esse amor não é duradouro, uma vez que se prende a uma coisa que não perdura e, quando a flor da beleza que amou envelhece, o amante "alça seu voo" e desaparece, traindo as suas promessas. Já o amante de uma bela alma se mantém fiel durante toda a vida, porque se uniu a uma coisa duradoura." 
Pausânias


Curiosidades


- Além de sua pauta principal (os discursos sobre o deus Eros), chama a atenção na obra a relação entre Alcibíades e Sócrates. Havia entre os dois a relação denominada pederastia, relativamente comum na antiguidade grega, caracterizada pelo envolvimento - sexual ou não - de um homem adulto com um jovem.
- É sabido que o filósofo Sócrates não deixou registrado em livros suas ideias e conceitos do mundo, porém, Platão, seu discípulo, reuniu os discursos que havia presenciado em vida do seu mestre e legou ao mundo obras como O Banquete e Fédon, que contém a sapiência do grande filósofo ateniense.

Avaliação da Obra


Wallace Azambuja

"Achei interessante o livro e o tema dos discursos, principalmente a parte onde Aristófanes descreve o mito da origem dos seres. Houve momentos em que não entendi muito bem o que alguns personagens falavam, talvez por não possuir a capacidade intelectual deles, ou por desatenção mesmo; ademais, por se tratar de um colóquio, onde todos falavam sobre um mesmo assunto, a sensação de "senta que lá vem a história" ocorria a todo momento enquanto eu lia o livro."

Renan Hoffmann

"O Banquete pode proporcionar a condição de reflexão e análise particular, o que é muito interessante. Mesmo sendo um diálogo bastante antigo, toda a argumentação sobre o Amor é ainda vívida e autêntica, pois muito do que é relatado ainda vemos nos dias atuais."

Larissa Parodi

"Gostei bastante do livro, por apresentar várias versões para o deus Eros, principalmente o discurso de Fedro, que tem frases bem bonitas. Achei bem reflexivo e leria de novo."


Nicole Mello

"Os discursos presentes no livro geram intrigas com relação ao 'amor' que temos presente hoje em dia, ou seja, nos faz refletir e pensar quanto ao conceito que criamos sobre o assunto. Alguns discursos não me agradam, pois na minha opinião, fogem muito da realidade, no entanto, é sempre bom termos presente outras acepções a respeito do assunto"

terça-feira, 2 de maio de 2017

As Bacantes de Eurípedes


Resumo


Bacantes eram mulheres que faziam rituais, se vestiam com peles de veados e leopardos, e em seus rituais a presença de álcool e orgias era muito forte, sendo muito popular na Grécia. É uma tragédia que fala sobre Dionísio, começando com Penteu falando que não irá honrá-lo, pois este é um Deus estrangeiro, o qual é preso pelo rei (Penteu). Ao decorrer da história a mãe e as tias de Penteu começam a participar dos rituais, o que gera certa curiosidade nele. Então Dionísio faz com que ele se vista de mulher para observar o que ocorre nos rituais; no entanto ele é pego em flagrante pela sua mãe Agave, que estando em transe o mata, arrancando-lhe a cabeça, enquanto suas tias desmembram o resto de seu corpo.




Citação


"Muitas são as formas do divino, e muitas as ações imprevistas dos deuses. O que esperávamos não se realizou; para o inesperado o deus achou caminho. Assim terminou este drama." 
-Coro

Curiosidades



Desde o fim da antiguidade até o fim do século XIX, os temas abordados em "As Bacantes" eram considerados muito repugnantes para serem estudados e apreciados. Foi com Nietzsche em 'O Nascimento da Tragédia', que trouxe de volta a questão da relação de Dionísio com o teatro, e elevou o interesse nas Mênades (como era conhecida esse tipo de peça).


Avaliação da Obra


Wallace Azambuja

"Essa obra é a mais agitada das tragédias. Envolve uma atmosfera ébria, onde Dionísio liderava um exército de mulheres em busca do êxtase. Tão hipnótico era o ambiente que uma mãe matou o filho e não percebeu."

Renan Hoffmann

"É uma obra muito fora da realidade, fazendo a gente ficar meio louco só de pensar que uma mãe mata seu filho em transe."

Nicole Mello

"É uma obra cuja leitura se da de forma muito cansativa, além de ser uma história tremendamente surreal; não há algo envolvente, mas sim instigante e um tanto quanto assustador, com relação, respectivamente, a Dionísio querer ser tratado como Deus, e a mãe ter matado seu filho sem perceber o que estava fazendo."

Larissa Parodi

"Achei interessante o livro, quando falavam sobre os rituais e tal; só não gostei do final, quando a personagem em sua loucura mata o filho e exibe sua cabeça depois. Não leria de novo."

Antígona


Resumo


Continuação da tragédia de Édipo Rei, cuja personagem principal é sua filha, Antígona, que desobedece a lei imposta por seu tio procurando honrar seu irmão Polinice, dando-lhe o devido sepultamento. Creonte, novo rei de Tebas, ordena que não haja sepultamento para um dos mortos (crendo ele ter Polinice se voltado contra a pátria, ao contrário de Etéocles, que por ter permanecido em Tebas, lhe seriam dadas as devidas honrarias fúnebres). Antígona quer sepultar Polinice e pede ajuda de sua irmã, Ismenia, que não a auxilia no inicio, mas que assume a culpa quando Antígona é julgada. Após a inflexível perseguição de Creonte ela suicida-se, e seu esposo, Hemon, vendo essa cena, também comete suicídio, em frente a seu pai (Creonte) que ali chega arrependido de toda a situação que causou.


Citação


"Ó terra Tebana, pátria da minha gente,
 e vós, deus da minha progênie,
 parto, a hora chegou.
Vede, senhores tebanos,
a última filha, aqui, de vossa casa real.
Vede os males que aqui padeço dos homens
por ser piamente piedosa."
Antígona


Curiosidades



-Podemos perceber a discussão entre religião (Antígona, que busca honrar seu irmão como os Deuses ordenam) e a razão (Creonte, que arbitrário em sua função soberana, diz que os maus não têm direito a sepultura como os homens bons).
-Antígona se passa 20 anos após a tragédia de Édipo.
-Antígona foi apresentada em Atenas, aproximadamente no ano 441 a.C.

Avaliação da obra


Wallace Azambuja

"Eu achei bastante cativante a força de vontade da Antígona para enterrar o irmão. Ela, apesar dos obstáculos colocados pelo seu tio, Creonte, não desistiu de seu objetivo. Achei apenas inconsequente o fim que ela teve, não desprezando o fato de que morreu pela honra do irmão."

Renan Hoffmann

"Eu achei horrível e angustiante ao mesmo tempo, pelo fato de que a Antígona queria algo justo para seu irmão, e não teve medo das consequências. Horrível, pelo fato de ela não encontrar outro caminho a não ser a morte, levando seu amado consigo."


Nicole Mello

"A tragédia em si é como qualquer outra 'continuação', agradável sim, mas não melhor do que a primeira peça. O conto foi algo bastante envolvente como Édipo, no entanto o enredo e o fim não me foram muito agradáveis, afinal, a desonra ao irmão, a própria morte, e mais a morte do amado no final, é muita tragédia para que eu possa digerir."

Larissa Parodi

"Achei legal o livro, mas não gostei tanto quanto o Édipo Rei, achei a leitura um pouco mais difícil e meio parada. Também não gostei quando ficavam insinuando que a Antígona poderia estar apaixonada pelo irmão. Não leria de novo."



Édipo Rei


Resumo

O livro conta história de Édipo, que foge de sua aparente terra natal após ter consultado o oráculo, que lhe disse que ele iria cometer incesto com sua própria mãe, fazendo com que Édipo tomasse a decisão de fugir, para que a profecia não se concretizasse. No entanto aquela não era sua mãe de verdade, mas sim, adotiva, o que gera a tragédia do livro. No caminho, Édipo salva a cidade de Tebas, que estava sendo assolada pelos enigmas da Esfinge; ao responder corretamente a pergunta imposta por ela, Édipo é aclamado como novo rei de Tebas, já que o anterior havia sido recentemente assassinado. A ironia se encontra no fato de que o antigo rei havia consultado o oráculo, lhe dizendo que seria morto pelas mãos de seu próprio filho, e tendo isto sido previsto, revolve acabar com seu filho, para que a profecia não se realize. Édipo quem matou o rei, Édipo quem era o filho do rei, e é Édipo quem acaba dormindo com sua própria mãe, a rainha! Apesar de seus esforços para que assim não fosse, o destino o levou a desgraça, fazendo com que sua esposa/mãe se suicidasse, e ele próprio furasse seus olhos com desprezo de si mesmo. Essa obra consiste em uma tragédia familiar escrita por Sófocles.


Citação


"Oh! Ai de mim! Tudo está claro! Ó luz, que eu te veja pela derradeira vez! Todos agora sabem: tudo me era interdito: ser filho de quem sou, casar-me com quem me casei... e... e... eu matei aquele a quem eu não poderia matar!" 
- Édipo Rei

Curiosidades


-Na psicologia freudiana há o termo "complexo de Édipo", que caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e honestidade; metaforicamente este conceito é visto como "amor a mãe" e "ódio ao pai"

-Um dos crimes mais hediondos da humanidade é o "parricídio", crime esse que marca a obra em questão, além de outro mais presente em nossa sociedade, que é o "incesto".


Avaliação da Obra


Wallace Azambuja

"Eu achei a tragédia muito interessante. Sem nunca ter lido antes nenhuma outra obra do tipo. Édipo Rei me deixou a sensação de que esse tipo de história causou grande influência no período em que foi escrito. Particularmente considera a melhor das que eu li dentre Antígona e As Bacantes."

Renan Hoffmann

"Eu achei uma tragédia muito envolvente, pois relata algo que ainda está no nosso cotidiano, como problemas de ética, sociais e tabu. Também acho interessante pois é algo que apesar de ter sido escrito a muito tempo, permanece sendo algo atual e de leitura prazerosa nos dias de hoje."

Nicole Mello

"Apesar de nunca ter lido tragédias e sempre ter tipo a impressão de que fossem livros antigos e antiquados, mudei minha perspectiva, e realmente me deliciei nesta leitura, de tal forma que não via a hora de terminar o livro e saber qual o final. Que se mostrou como sendo algo realmente alarmante e inesperado, de forma que me deixou mais tentada ainda a ler o fim da tragédia, que seria Antigona, no caso."

Larissa Parodi

"Gostei bastante do livro, principalmente na parte que teve as revelações sobre a vida do Édipo e o que aconteceu com ele depois. Leria novamente."