segunda-feira, 26 de junho de 2017

D. Quixote de la Mancha



Resumo


(Capítulos selecionados) Começando pelo prólogo, extremamente elaborado, onde Miguel de Cervantes, autor de D. Quixote de La Mancha, humildemente afirma seu não-otimismo quanto a recepção da obra, é dito que um legislador chamado Vulgo contribuiu na produção da história, sugerindo algumas sentenças de poetas famosos ou até passagens das Sagradas Escrituras, aconselhando também em ser importante, para passar uma ideia de bom entendedor das letras, que o escritor cite personagens e cenários célebres, notavelmente conhecidos do mundo literário.
O primeiro capítulo apresenta o fidalgo, morador da Mancha, que detinha por volta de 50 anos; possuía um rocim (cavalo fraco) e vivia com a sobrinha, uma ama e um rapaz que auxiliava-os. O fidalgo costumava ler muitos livros de cavalaria, de modo ocasionou que todas as suas futuras desventuras. A leitura incessante de tais histórias lhe causaram a completa perda do juízo, tendo sua imaginação espaço apenas para as aventuras cavaleirescas. Decidiu ser então cavaleiro, montar no seu cavalo, empunhar armas e buscar as costumeiras missões dessa classe. Adotou como nome D. Quixote de la Mancha, e seu cavalo Rocinante. Cismou ainda de possuir uma dama que pudesse chamar de sua, escolhendo para tal Dulcinéia del Toboso.
As primeiras andanças de D. Quixote, à custa de fome e cansaço, lhe fizeram imaginar no lugar de uma pousada haver um castelo, com torres, ponte levadiça e tudo mais que caracterize uma fortaleza. Sua presença ali, dotado de escudo e lança, foi motivo de escárnio para duas moças, que estranharam os modos do fidalgo. O vendeiro da pousada oferece dormitório a D. Quixote, que permanece ainda preocupado em não possuir o título de cavaleiro. O vendeiro tratou do ritual de ordená-lo cavaleiro, acelerando o processo devido a confusões que D. Quixote armou com outros homens durante a falsa celebração de nomeação.
Houve quem tentasse impedir essas alucinações de D. Quixote. No capítulo 7, a ama, o cura e o barbeiro têm a ideia de queimar os livros que tanto incutiram nele os desejos de se fazer cavaleiro; chegaram mesmo a emparedar o cômodo onde ficavam os livros, tudo para D. Quixote não avistá-los. Na elaboração de uma história que explicasse o sumiço dos livros, disseram que um feiticeiro, de nome Frestão, causou aquilo. Após dias sem ação, D. Quixote resolve convidar seu vizinho Sancho Pança a ser seu escudeiro, prometendo-lhe como recompensa uma ilha e o governo dela. Numa noite, sem despedirem-se de ninguém, partem atrás de seu objetivo incerto.
Um dos eventos mais emblemáticos da aventura de D. Quixote e Sancho Pança ocorre no capítulo 8, na "batalha" entre o fidalgo que se imagina cavaleiro e os "gigantes", que não passam de moinhos de ventos! Num ataque mal-sucedido, uma das pás do moinho arremessa D. Quixote e seu Rocinante a metros de distância. A culpa pela "mutação" dos moinhos recai sobre o feiticeiro Frestão, que o fidalgo tem agora por inimigo. Após o ocorrido, há um período de descanso dos dois aventureiros, e posteriormente investem numa nova confusão, quando avistam pela estrada dois frades, seguidos por alguns homens e uma senhora carregada numa carruagem. D. Quixote acredita haver no interior do veículo princesas mantidas prisioneiras. Iniciada a pancadaria, Sancho Pança primeiro trata de recolher os objetos e vestimentas do frade agredido por seu amo. Sancho é pego desprevenido e apanha dos outros rapazes que acompanhavam os frades. Pedindo D. Quixote a moça da carruagem que contasse daquele resgate ali feito a pessoa de Dulcinéia del Toboso, é instado por um escudeiro da comitiva a desimpedir o caminho. Após uma troca de ofensas, os dois enfrentam-se. D. Quixote, só de escudo, parte pra cima do oponente, equipado de uma almofada, que servia de defesa. O fidalgo rogava durante o combate por algum apoio da imagem de Dulcinéia; o outro, mergulhado em raiva pelo desafiante, era amparado pelas súplicas das mulheres da carruagem. A conclusão do embate é narrado no capítulo seguinte (não solicitado no plano de leitura).
No capítulo 20, receosos diante de uma floresta escura e fonte de barulhos estranhos, D. Quixote e Sancho Pança ficam estáticos, e após um discurso motivacional, o fidalgo pede a seu escudeiro três dias de espera; pelo contrário, que se dirija a Dulcinéia del Toboso e relate sua bravura até ali. Sancho desesperasse, e numa tentativa de impedir a partida de seu amo, amarra as patas do Rocinate. Adiada a viagem de D. Quixote, este pede que Sancho lhe entretenha contando uma história (hilariamente confusa). O humor neste capítulo é evidente, como nas tentativas de Sancho em não perturbar D. Quixote com o cheiro e barulho de suas "necessidades naturais".
No dia seguinte, já liberto o Rocinante de suas amarras, D. Quixote monta no cavalo e repete o dito da noite anterior; Sancho desaba em choro, mas decidi por seguir o amo. Aproximando-se do local que os assustara na noite anterior, o barulho que tanto os preocupava parecia vir de uma casa próxima dali; D. Quixote emudeceu, enquanto Sancho Pança continha o riso da causa do pânico: eram seis maços de pisão (espécie de máquina de costura). D Quixote repreende Sancho após as galhofas do mal-entendido. Estendesse o discurso em exemplos de boa conduta dos escudeiros de famosas histórias.
Sob a alcunha de Cid Hamete Benengeli, suposto historiador que tomou conhecimento de D. Quixote e suas aventuras, o narrador relata no capítulo 22 a situação em que o cavaleiro e seu escudeiro imaginam estar diante de prisioneiros do Rei; doze homens presos pelo pescoço, sob a vista de dois a cavalo e outros dois a pé. Jurando auxílio aos miseráveis, D. Quixote toma ciência de serem os prisioneiros condenados às galés. Após ouvir o relato e a causa da condenação de cada um dos detidos, D. Quixote impede a agressão que um iria receber, acrescentando um discurso em defesa daqueles homens. Começa a confusão; no meio da briga entre D. Quixote e os guardas da diligência, os prisioneiros conseguem se libertar. Pede o fidalgo que os libertos se dirijam a Toboso e falem a Dulcinéia de sua proeza; uma chuva de pedras foi a resposta daquele pedido. D. Quixote e Sancha acabam tendo suas coisas roubadas, além de serem brutalmente agredidos (o mesmo acontece a Rocinante e o jumento de Sancho).
No capítulo 29, os conhecidos de D. Quixote (Dorotéia, o barbeiro, o cura) tramam uma cena para reavivar a autoestima do fidalgo cavaleiro, pois este se encontrava num abatimento deplorável. Dorotéia ornou-se como uma fictícia dama. Sancho encanta-se por ela, e é, levado a crer estar a moça a procura dos serviços cavaleirescos de D. Quixote. Após procurá-lo, encontram-no entre uns rochedos. A fajuta história de Dorotéia para motivar D. Quixote funciona, e Sancho, entusiasta da empresa, incita o amo a partir nessa nova aventura.
O capítulo 30 dá prosseguimento a mentira de Dorotéia, que faz com que D. Quixote ajoelhe-se perante ela, prometendo readquirir o reino que a pertencia e derrotar o usurpador de tal. Sancho, implorando por este matrimônio, acaba que ferindo o orgulho de seu amo, ao este titubear diante deste destino. D. Quixote agride Sancho e dá a entender que tudo pelo que está passando, só é possível pelo seu pensamento permanente em Dulcinéia. Os dois "lavam a roupa suja" e fazem as pazes. Retomada a caminhada, Sancho avista seu jumento, que havia sido roubado. Ginez de Passamonte, o ladrão, empreende fuga. Conversando entre si, o cura e Dorotéia falam da disposição de D. Quixote em até ali acreditar nas histórias de cavalaria que norteiam suas andanças.
No capítulo 38, D. Quixote discursa sobre as armas e as letras, com os letrados e os soldados sendo comparados em cada uma de suas funções. Conclui no discurso ser o trabalho do soldado maior do que o pagamento; diz também serem as letras que sustentam as leis, que por sua vez sujeita as guerras; as armas, em sua concepção, detêm a honra de garantirem as leis, juntamente como a defesa dos reinos e das cidades. D. Quixote afirma neste discurso seu descontentamento com a artilharia usada nas batalhas, que em sua covardia mecânica abatem os cavaleiros que lutam corajosa e bravamente.
No segundo livro, D. Quixote e Sancho Pança tomam conhecimento de sua "boa" fama; há um título em circulação narrando suas aventuras. A promessa de ser governador de uma ilha parcialmente se realiza para Sancho Pança, que numa armação feita por terceiros, se vê diante de mil súditos que lhe servirão durante uma semana. Sancho, no posto de governador, tem de decidir, mediante decisões responsáveis, o que fazer diante de variadas pendências de seus subordinados. Sancho ainda mantêm contato com sua mulher, Teresa Pança, via correspondências. Não muito tempo depois, abdica do posto de governador.
O fim dessa jornada acontece a partir de uma série de embates entre D. Quixote e Sansão (que por desejo da sobrinha do fidalgo "Cavaleiro da Triste Figura", de reaver o tio, empreende tal missão). D. Quixote, numa aposta onde caso fosse derrotado retornaria para casa, acaba vencido por Sansão. Convicto de estar curado da insanidade de ser um cavaleiro, decide por abandonar as armas. Já a beira da morte, deixa para seus próximos tudo o que tinha, e para Sancho Pança, a saudade de seu amor.

Citação


- A aventura vai encaminhando os nossos negócios melhor do que o soubemos desejar; porque, vês ali, amigo Sancho Pança, onde se descobrem trinta ou mais desaforados gigantes, com quem penso fazer batalha e tirar-lhes a todos as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; que esta é boa guerra, e bom serviço faz Deus quem tira tão má raça da face da terra.

- Quais gigantes? - disse Sancho Pança.

- Aqueles que ali vês - respondeu o amo - de braços tão compridos, que alguns os têm de quase duas léguas.

- Olhe bem Vossa Mercê - disse o escudeiro - que aquilo não são gigantes, são moinhos de vento; e os que parecem braços não são senão as velas, que tocadas do vento fazem trabalhar as mós.

- Bem se vê - respondeu D. Quixote - que não andas corrente nisto das aventuras; são gigantes, são; e, se tens medo, tira-te daí, e põe-te em oração enquanto eu vou entrar com eles em fera e desigual batalha.
Livro 1 - Capítulo VIII



Curiosidades


- A difícil vida de Miguel de Cervantes confundisse com a de D. Quixote; de fato, o autor do livro precisou escrever uma continuação para arrecadar dinheiro e sobreviver.
- Pra quem é fã de Chaves, há uma versão do Roberto Bolaños para as aventuras de D. Quixote e Sancho Pança. Para assistir, Clique aqui.


Avaliação da obra

Wallace Azambuja

"A história é muito boa. Com o decorrer da trama, pode ser que você se identifique ou odeie a forma com que D. Quixote vê o mundo; a garantia é de que irá achar o livro engraçado em diversos capítulos, principalmente nos momentos onde há brigas e desentendimentos."



Nicole Roza Mello

"Adorei a história, fiquei com pena do cavaleiro em alguns momentos, afinal não se pode culpar um louco por sua loucura. Em alguns momentos do livro me cansei, pois sua aventura parece interminável, de forma que quando para que ele irá descansar (e eu também) aparece mais outras e outras aventuras para nos fisgar ao texto mais ainda."


Renan Hoffmann

"É uma história bem legal, mas digamos que é um pouco cansativa, pois tu espera muito pelo final, mas ele nunca chega, te envolve, mas ao mesmo tempo te distancia da leitura". 

Larissa Parodi

"A história é interessante, porém muitas vezes cansativa. Gostei da relação de amizade entre Quixote e Sancho, porque é como se Sancho fosse um guia para Quixote, a parte lúcida, sempre tentando trazê-lo de volta a realidade, mas nunca dizendo que ele era louco de fato."


Nenhum comentário:

Postar um comentário