sábado, 24 de junho de 2017

Eneida


Resumo


Considerado o maior poeta latino, Virgílio, autor da Eneida, fez de seu poema épico a magnum opus do Império Romano de seu tempo. Inspirado por Homero, Virgílio transforma a epopeia num retrato da formação romana. O protagonista da história é Eneias, combatente da Guerra de Troia considerado o segundo mais valoroso guerreiro troiano, atrás apenas de Heitor; seus pais são a deusa Vênus (Afrodite, para os gregos) e Anquises. Com a cidade de Troia ficando em ruínas após os ataques dos gregos, Eneias é aconselhado por sua mãe, Vênus, a deixar a cidade e partir com seu pai, mulher e filho. Creusa, mulher de Eneias, é procurada pelo herói, sem êxito, ficando este responsável pela segurança de seu pai Anquises e de seu filho Ascânio na fuga de Troia. Carregando literalmente seu pai já velho pelas costas, fica prometido ao herói por meio de Júpiter (Zeus, para os gregos) o destino dele de encontrar e ser fundador de Roma.
Os acontecimentos em Troia são narrados posteriormente à fuga de Eneias, quando ele já estava na companhia da rainha de Cartago, Dido; esta apaixona-se pelo herói durante as narrativas dele de suas desesperadas aventuras em busca de uma nova terra. Enquanto caçavam em determinado momento da história, Dido e Eneias acabam que se separando dos companheiros do herói e vão juntos para uma caverna, onde comprazem-se. Eneias se vê obrigado a deixar Cartago e Dido logo que Júpiter lhe conduz a abandonar o lugar e partir para o Lácio, onde se situaria uma "nova Troia".
Antes de chegar ao seu destino, Lácio, Eneias aporta ainda na ilha da Sicília, onde estava enterrado seu pai, que jazia naquelas terras a um ano. Um grande evento acontece em memória de Anquises, com direito a libações, corridas, disputas de arco e flecha, entre outros torneios que visavam tornar esta festividade uma tradição, segundo Eneias, quando este partisse dali e fundasse uma nova Troia; a memória de seu pai seria relembrada a cada ano em seu novo lar.
Eneias tem a oportunidade de ver seu pai no mundo dos mortos, ao solicitá-lo e pedir-lhe conselhos para sua jornada, recebendo ainda vaticínios de Anquises quanto ao futuro no Lácio. Eneias encontra também neste submundo Dido, que ignora-o.
Por fim, Eneias chega ao Lácio, onde o rei Latino lhe propõe a mão de sua filha, Lavínia. Turno, pretendente anterior a Eneias, fica furioso e planeja a destruição do exército troiano de Eneias; ajudado por Netuno, a derrocada do herói é evitada. O embate acaba sendo um duelo apenas entre Eneias e Turno, que termina com a vitória do herói troiano, ajudado por sua mãe Vênus. A morte de Turno se dá por opção de Eneias, quando este observa uma vestimenta de seu amigo Palante nos ombros do agonizante adversário. Detentor das terras prometidas, Eneias se vê enfim encarregado da missão de formar uma nova linhagem gloriosa, que daria origem a Roma.



Citação


"Turno olha humilde, súplice ergue a destra:
'Bem mereço, é teu jus, perdão não peço;
Mas, se de um pai (de Anquises te relembres)
Comove-te a velhice, a Dauno eu rogo
Me entregues, se não vivo, ao menos morto.
Venceste, e viu-me enfim a Itália toda
As palmas levantar: Lavínia é tua; 
Os ódios não requintes.' O acre Eneias
Pára, os olhos volteia, a mão reprime:
Iam-no as preces quase enternecendo, 
Quando o infeliz talim se mostra ao ombro
E a cravação do cingidouro fulge,
Despojos de Palante, a quem menino
Prostrara Turno com letal fereza,
E essa divisa infesta em si trazia.

Da cruel dor no monumento os olhos
Mal embebe, enfuriado o herói vozeia:
'Que! tu me escaparás dos meus com presa!...
Nesta ferida imola-te Palante,
Palante vinga-se em teu ímpio sangue.'
No peito aqui lhe esconde o iroso ferro:
Gelo os órgãos lhe solve, e num gemido
A alma indignada se afundou nas sombras."
Canto XII, versos 904 - 926

Curiosidades



- Por se tratar de um épico poema latino, a Eneida possui divergências na nomenclatura dos deuses, quanto aos mesmos da poesia épica de Homero; por exemplo: a deusa Vênus (nomenclatura romana), em relação a Afrodite (nomenclatura grega).
- Assim como a Odisseia está para a Ilíada, a Eneida retoma os acontecimentos da Guerra de Troia, elucidando alguns eventos não esclarecidos; como o paradeiro de Príamo, rei de Troia, que morreu durante a batalha.


Avaliação da obra

Renan Hoffmann

"É uma obra muito conhecida, e bem comentada, porém é outra obra que achei difícil de ler. São muitos personagens, diversos deuses que de alguma forma precisamos saber suas funções para facilitar mais a leitura. E eu realmente não gosto de ler livros, que contém deuses, semideuses junto com humanos, acho muito confuso, e acaba não sendo recompensador para mim, porque não consigo ter uma interpretação satisfatória".   


Nicole Roza Mello

"Não gostei da obra, pois a leitura é muito complicada, a história que está sendo contada pode até agradar a outros, mas a mim não. Além do tamanho exagerado do livro, possui inúmeras palavras para chegar no final e não dizer nada com nada, pois eu não entendo, pelo menos, só com alguém me explicando o que estava escrito!"


Wallace Azambuja

"Depois que li a Ilíada, de Homero, percebi que tinha de ler a Odisseia e a Eneida pra entender o vínculo dessas obras; compreendi que Virgílio se inspirou muito nas epopeias do poeta grego pra fazer uma que narrasse o mito de fundação de Roma".



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