domingo, 16 de julho de 2017

Os sofrimentos do Jovem Werther



Resumo


Os sofrimentos do Jovem Werther, escrito em 1774 por Johann Wolfgang von Goethe, aborda a questão da idealização do amor de forma muito dramática.
O livro conta a trajetória de Werther, que se muda para um vilarejo, isolando-se da sua família e amigos, porém ainda mantém contato com seu amigo Wilhelm. A obra é contada por meio de cartas nas quais Werther envia ao seu amigo, e que contam sobre seu dia-a-dia, segredos, e nelas também ele descreve como conheceu a sua amada Charlotte – prometida em casamento a Albert – e tudo que acontece em relação à ela.
No começo da obra, Werther descreve mais a paisagem do lugar onde se encontra, afirmando que é tudo muito bonito, encantado pelo ar bucólico do local; e fala também sobre sua relação com as pessoas que ali o cercam.
 Quando Werther conhece Lotte já se sente atraído pela inteligência que ela demonstra ao falar sobre os livros que ela gosta, e conforme o tempo passa ele vai se encantando cada vez mais pelo seu jeito simples e humilde.
Werther idealiza bastante sua amada, considerando-a perfeita e declara também que quando está perto de Charlotte, é como se ele voltasse a ser criança por um tempo. Porém, há o noivado de Lotte impedindo que ele avance nas suas intenções amorosas.
Esse amor descontrolado que Werther possui por Charlotte vai se tornando uma obsessão, pois ele passa os dias pensando nela e esse seu comportamento se torna algo preocupante.
Sofrendo por não ter seu amor correspondido, ele muda temporariamente de cidade com o intuito de tentar esquecê-la, mas isso não acontece, e quando retorna ao vilarejo Charlotte e Albert já estão casados, fazendo com que ele se sinta desolado.
O curioso da história é que apesar dele amá-la incondicionalmente, Werther não nutre ódio ou qualquer sentimento negativo por Albert, muito pelo contrário, é evidente a admiração e o sentimento de amizade que tem por ele.
Apesar de Charlotte já estar casada, ela acaba se tornando muito amiga de Werther, e eles saem para passear e ficam conversando horas sobre diversos assuntos, e por isso, à medida que eles iam se conhecendo cada vez mais, ela acaba percebendo que está apaixonada por ele; porém sabe que esse amor é impossível.
Então, o tão aguardado beijo entre Charlotte e Werther acontece, nesse momento Lotte soube que realmente amava-o, mas sabendo que não poderiam dar continuidade a esse amor ela pede que eles não se vejam mais; apesar de estar triste com a situação, Werther assente.
Entretanto, na mesma noite, ele pede aos criados de Albert que o emprestem as pistolas de Albert, alegando que iria viajar e que precisava de proteção.
Então Werther resolve cometer suicídio, e na manhã seguinte é encontrado morto com um tiro da pistola acima do seu olho direito.



(Quadro "Lolotte ed Werther)

Curiosidades

- Na época em que foi publicada, a obra goethiana desencadeou uma onda de suícidos na Europa, majoritariamente de jovens que se identificaram com as aflições do personagem. A psicanálise criou o termo Efeito Werther para denominar os suicídios em série que são influenciados por outros suicídios publicizados.
- Por causa dos relatos de suicídos supostamente baseados na obra goethiana, o livro foi banido e sua venda e circulação proibidas.
Curiosidade bônus: Outro caso de Efeito Werther se deu a partir da série do Netflix "13 Reasons Why", houve relatos de jovens que se suicidaram após assistirem o último episódio da série, no qual a protagonista se mata de forma bem explícita. Essa cena contrariou o que o Manual para profissionais da mídia criado pela OMS recomenda acerca da exposição do suicídio pela mídia.




Citações

"Às vezes não compreendo como outro possa amá-la, tenha o direito de amá-la, quando eu, somente eu a amo, com tanta ternura, tão profundamente, não pensando em outra coisa, querendo apenas esse amor, e não possuindo nada além dela."

"Por que é que aquilo que faz a felicidade do homem acaba sendo, igualmente, a fonte de suas desgraças?"

"A vida humana não passa de um sonho. Mais de uma pessoa já pensou nisso. Pois essa impressão também me acompanha por toda a parte. Quando vejo os estreitos limites onde se acham encerradas as faculdades ativas e investigadoras do homem, e como todo o nosso trabalho visa apenas a satisfazer nossas necessidades, as quais, por sua vez, não têm outro objetivo senão prolongar nossa mesquinha existência." 

Ad infinitum (Essa obra possui muitas citações lindas e de pura reflexão).

Comentários

Larissa Parodi

"Achei muito boa a obra, de fácil leitura e compreensão. No início quando Werther narra a paisagem e etc. remetendo um pouco ao Arcadismo, achei meio chatinho mas logo pude retomar o interesse pela obra.
É bela a ingenuidade e pureza do amor de Werther por Charlotte, porém às vezes ele se torna meio obsessivo, querendo a todo custo que ela se apaixonasse por ele.
Em geral, posso dizer que adorei o livro porque pude me identificar muitas vezes com os sentimentos do protagonista, quanto à reflexão sobre a vida e o amor.
Com certeza leria novamente, porém com mais calma.
#SomosTodosWerther."

Nicole Roza Mello

"Achei cansativo o inicio do livro, e a história não tão envolvente, apesar de que o final me surpreendeu muito."


Wallace Azambuja

"Acho que por se tratar de um dos primeiros romances, o abalo pelo final surpreendente do livro pegou muitos leitores desprevenidos, o que causou o abalo emocional que (dizem) resultou no suicídio de muitos jovens da época. Minha leitura é a de um enredo até bem realista, que mostra o funesto destino de uma pessoa sentimental demais."

Renan Hoffmann

"De alguma forma eu me lembrei muito do  livro Iracema, por mais que seja uma história indígena ele possui muito esse trama de amor proibido e de idealização da mulher. No qual é bem envolvente, porque  tu espera aquele beijo que demora, aquele trama de mulher perfeita e de " Morrer de amor"  no qual posso aqui comparar novamente a Iracema, que também morre de amor, e de saudade fruto de um amor proibido".  Pode parecer uma história enrolada, mas que o fim vem com tudo e surpreendendo de uma forma que não tem explicação, pois tu não espera por aquilo". 

Robinson Crusoé


Resumo


Filho de família de classe média, é uma história que não é apenas um naufrágio conta muitas outras coisas. Ele vem da Inglaterra e é um cara que sempre gostou de navegar, ele tinha uma fome de aventura, queria muito conhecer o mundo, encontrar coisas bacanas para se fazer. Não queria ter uma vida de classe média como seus pais. Muitas foram as tentativas deles para que Robinson parasse e ficasse na mesmice, e aceitasse a vida de classe média que tinha, pois ele não iria viver mal e também muitas já foram as tentativas no mar que não deram certo, pois ele quase morre em varias saídas. Porém ele vai assim mesmo viver suas aventuras junto com outros homens, então até ele ter um naufrágio ele passa por diversas situações. Ele faz amizade com um capitão, no qual aprende muito sobre navegação, e investimentos, fazendo com que sua ambição crescesse.
Um acontecimento que é de grande importância da obra, que ele foi servo e ficou escravo por dois anos, pois foi atacado por piratas e foram levados para costa, eles fazem uma fuga no qual foram em direção ao sul na costa africana. E foram para o Brasil, num bote português no qual foram bem recebidos. Duraram vinte e dois dias até chegar à Bahia. Também temos o acontecimento que ele foi um dono de engenho no Brasil com a ajuda do capitão português, nos possibilitando perceber o que um inglês pensa sobre o Brasil naquele tempo. Ele estava ficando rico, até escravo ele comprou. Ele estava muito ambicioso, pois suas produções de canas estavam crescendo.
Logo ele quis ter mais escravos para que seu trabalho crescesse, Teve uma proposta de fazer uma viagem num barco para pegar clandestinamente escravos, pois os preços deles estavam muito caros e foi junto com 15 marinheiros e canhões e cheio de miudezas para se fazer trocas na África. Então seu navio naufraga por causa de uma grande tempestade que aconteceu, em um lugar que eles nem sabiam identificar, mas que era impossível continuar com o mesmo barco para a África, então agora são 11 homens que embarcaram em um bote para continuar. Veio uma onda enorme sobre eles, todos acabam morrendo, porém o jovem Crusoé é o único que fica vivo e chega até uma ilha no Caribe na qual ele fica lá durante 28 anos, completamente isolado de tudo e passa a mostrar como ele sobreviveu, o que ele fez durante todo esse tempo nessa ilha.
Levou um ano para construir uma fortaleza, ele ficou tranquilo por não ter animais selvagens na ilha, e foi se adaptando. Nisso para passar o tempo escrevia um diário, escrevia toda sua rotina diária na ilha. Após quatro anos, as roupas que trouxe do navio estavam tudo em farrapos, não podia andar nu, por ser muito branco e o sol muito forte, então ele produz suas roupas com pele de animais, e ainda quer construir uma canoa para sair dali. No sexto ano ele foi para o mar, com a canoa, mas não deu certo.
Então se passa o tempo, e vêm dois botes na ilha de canibais, junto com dois caras, um que morre logo na chegada e outro foge, e Robinson o ajuda e mata os canibais que estavam perseguindo o homem. Tornaram- se amigos, e chama-o de sexta-feira, pois foi o dia que chegou. Foram então a procura de coisas para construir um barco novo e em um mês fizeram, e deu certo, mas acabou encalhando.
Chegaram muitos botes na praia e muitas batalhas aconteceram. Dominaram então um barco dos rebeldes, pois junto com Sexta-feira e alguns homens lutam contra esses caras e pegaram botes deles. Agora o plano era pegar um navio e deu certo após uma batalha e sendo salvos pelo capitão. E todos conheciam Robinson como governador daquela ilha.
Voltou para Inglaterra após 35 anos longe.

Citações 


"O medo do perigo é mil vezes pior do que o perigo real".

 "O grau mais elevado da sabedoria humana é saber adaptar o seu carácter às circunstâncias e ficar interiormente calmo apesar das tempestades exteriores".
"A necessidade transforma um homem honesto num velhaco".
"Desejar o melhor, recear o pior e aceitar o que vier".





Curiosidades


- Robinson Crusoé é o principal personagem do livro de mesmo nome, escrito pelo inglês Daniel Defoe. Defoe nasceu em 1660, em Londres, e morreu nessa mesma cidade no dia 24 de abril de 1731
- Supõe-se que o enredo básico tenha sido influenciado pela história de Alexandre Selkirk um náufrago escocês que viveu durante quatro anos em uma ilha do Pacifico chamada "Más a Tierra" (renomeada em 166 para Ilha Robinson Crusoé)
- É também provável que Defoe tenha sido influenciado pela tradução em Latim ou Inglês de O filósofo autodidata de Ibn Tufail , romance do século XII na época recém-lançado pela primeira vez na Europa e que também gira em torno de um personagem isolado em uma ilha deserta.

Avaliação da obra 

Renan Hoffmann

"Eu achei um livro muito misterioso, no qual tu fica muito intrigado com o personagem, pois ele sempre promete fazer algo e faz coisas bem diferentes no futuro. Tive a impressão que Crusoé era um homem  que gostava de toda a atenção para ele e sempre querendo ser superior, um pouco influencia na ambição que ele possuiu no decorrer da história. Mas de fato uma obra bem interessante, que te prende muito, porque todos os fatos que são passados são de grande importância o entendimento para compreender tudo o que ele fez para sair daquela ilha".

Nicole Roza Mello

"Achei o livro meio confuso em certas partes, pois há muita aventura e histórias no meio dele."

Wallace Azambuja

"A história me lembrou do Jean de Léry e do filme Náufrago; ao ler relatos de aventureiros marítimos, a primeira coisa que noto é a coragem deles em ter feito isso; mas vendo o que acontece com o Robinson Crusoé, os riscos durante a aventura valeram pelo fim que teve."

Larissa Parodi

"Não gostei muito da obra, achei cansativa a leitura e o personagem meio arrogante. Porém, não posso negar que há aspectos na obra que são interessantes, como o conflito Fé x Razão, retratado quando Robinson catequiza Sexta-feira, que era canibal, transformando a irracionalidade dele através da fé."



sexta-feira, 14 de julho de 2017

Macbeth







Resumo


Macbeth é uma tragédia sobre um regicídio escrita por William Shakespeare, acredita-se que tenha sido escrita por volta de 1603-1605, um pouco antes ou junto com Hamlet.
A história efetivamente começa quando Macbeth, atual Thane de Glamis, está retornando de batalha com seu companheiro Banquo, e então eles encontram três bruxas que dizem profecias à Macbeth, a primeira é de que será Thane de Cawdor e a segunda profecia é de que ele se tornará rei da Escócia. Curioso sobre essas profecias, Banquo também pergunta como será seu futuro, e as bruxas respondem que ele não será rei, porém será pai de uma linhagem.
Em seguida, chega um mensageiro trazendo boas notícias para eles, anunciando que Macbeth recebeu o título de Thane de Cawdor, assim concretizando a primeira parte da profecia. Feliz com essa notícia, Macbeth escreve uma carta para contá-la à Lady Macbeth.
Após isso, Macbeth é avisado de que o Rei Duncan passará uma noite em seu castelo, logo Lady Macbeth começa a arquitetar um plano para assassiná-lo e fazer com que seu marido se torne rei.
Na noite do crime, Macbeth e sua esposa aguardam o rei dormir para darem seguimento ao seu plano que consiste em embriagar os criados que vigiam a porta do quarto de hóspedes e em seguida apunhalar Duncan.
Feito isso, Lady Macbeth pergunta se o marido deixou evidências para comprovar que a autoria do crime foi dos criados, ele diz que não o fez com êxito, então ela manda Macbeth voltar lá e finalizar o serviço, porém ele diz que não tem condições de retornar à cena do crime. Lady Macbeth vai aos aposentos de Duncan e passa o sangue real nos braços, mãos e rostos dos criados, para dar veracidade à cena, e também deixa os punhais ensanguentados sob os travesseiros ao lado do corpo.
Na manhã seguinte o encarregado de acordar o rei para que ele possa partir de volta ao seu castelo, vem horrorizado dar a notícia de que o Rei Duncan foi assassinado enquanto dormia. Após receberem essa notícia, os filhos do rei, Donalbain e Malcolm estão com medo de permanecerem ali e decidem ir para Irlanda e Inglaterra respectivamente. Porém, o sumiço deles faz com que ambos se tornem os principais suspeitos do assassinato, sendo assim considerados parricidas.
Então quando Macbeth e Banquo estão em uma sala do palácio, Banquo “joga um verde” para Macbeth, demonstrando um pouco de desconfiança em seu amigo, no trecho que diz: “Tens tudo agora: és rei, Cawdor e Glamis, conforme as bruxas prometeram. Muito receio que o não tenhas conseguido senão à custa da traição mais negra”. Além disso, instiga que Macbeth tenha grandes chances de perder seu trono, já que o relembra da profecia que as bruxas fizeram a ele no trecho: “Todavia foi dito que a coroa não ficaria em tua descendência, mas que eu serei o tronco e pai de muitos reis”.
Nessa parte do livro já é evidente o descontrole e obsessão de Macbeth em obter seu trono acima de tudo, como podemos observar no trecho: “Puseram sobre a minha testa uma coroa estéril, colocaram-me nas mãos um cetro que outras mãos de estranha estirpe hão de arrancar-me, nenhum filho meu sucedendo-me!”. Então, logo após essa conversa ele já encomenda a morte de Banquo e de seu filho Fleance, para que a profecia destinada àquele que era seu amigo não se concretize.
Então os assassinos contratados por Macbeth conseguem matar Banquo, porém Fleance obtém êxito em sua fuga. Macbeth, sua esposa, e alguns senhores estão num salão desfrutando de um banquete, quando os algozes chegam para avisá-lo da conclusão do serviço; e então Macbeth começa a ter alucinações com o espírito de Banquo que senta em sua cadeira, porém Lady Macbeth justifica a ação de seu marido alegando que ele possui uma demência e logo finalizam o jantar.
Cada vez mais atormentado pela sua ganância e culpa Macbeth resolve consultar as bruxas novamente, que dizem que ele deve ter cuidado com MacDuff, porém não deve se preocupar em relação ao trono pois ninguém “nascido” de uma mulher seria capaz de derrotá-lo; as bruxas dizem também que ele só poderia ser vencido no dia em que a Floresta de Birnam caminhasse até o Monte Dunsinane, profecia na qual ele praticamente ignora pois uma floresta e um monte são coisas que não possuem vida própria, e por via das dúvidas, Macbeth manda matar todas as pessoas no castelo de MacDuff.
Enquanto isso, consumida pela culpa, Lady Macbeth caminha sonâmbula pelo castelo, tentando limpar as manchas imaginárias de sangue em suas mãos. Por conta disso, ela acaba enlouquecendo e cometendo suicídio.
Macbeth agora é considerado um tirano, e “perde a moral” perante seus thanes, que acabam deixando de apoiá-lo. Assim, Malcolm e MacDuff formam e lideram um exército visando a derrubada de Macbeth do poder, então o exército que estava acampado na Floresta de Birnam, utilizando-se de camuflagem com galhos e folhas, marcha em direção ao Monte Dunsinane, assim concretizando uma das profecias que as bruxas disseram ao tirano.

Por fim, Macbeth luta contra MacDuff, confiante de sua vitória, pois conforme outra profecia que uma das bruxas fizera outrora ele não poderia ser abatido por quem tivesse nascido de uma mulher e nesse caso, a palavra “nascido” se referia a dar à luz por meio do seu ventre, de parto natural. Nessa hora MacDuff revela que nasceu de cesárea - então teoricamente não foi parido por uma mulher porque fora tirado do ventre antes do tempo – e derrota Macbeth desferindo um golpe que corta a cabeça daquele que reinou de forma tão cruel.








Citações

"E todos esses nossos ontens têm alumiado aos tontos que nós somos nosso caminho para o pó da morte. Breve candeia, apaga-te! Que a vida é uma sombra ambulante: um pobre ator que gesticula em cena uma hora ou duas, depois não se ouve mais; um conto cheio de bulha e fúria, dito por um louco, significando nada."

Avaliação da obra

Larissa Parodi



"Nunca tinha lido Shakespeare, e adorei esse livro, é muito bem construído, possuindo um enredo surpreendente, e que prende o leitor até o final. Tem muitas citações incríveis, e mesmo tendo sido escrito cerca de 400 anos atrás, o tema central - ganância e abuso de poder - pode ser bastante comparado com nosso cenário político atual. Leria novamente!"

Renan Hoffmann


"É uma  história que te deixa com muita raiva, pois os horrores feitos pelo casal são inacreditáveis, eu fiquei com muito nojo da Lady, pois ela que é a maior vilã de tudo isso, ela já tinha tudo na  sua cabeça, planejado e só ordenava como se tivesse tudo bem, como se tudo aquilo fosse algo normal, pela pura ambição.
Eu particularmente fiquei muito surpreso, porque nunca havia lido Shakespeare eu achei fantástico a maneira que mostra bem os fatos e descreve não te deixa com dúvidas, e a maneira que o livro te coloca na história e te faz imaginar como aconteceu cada cena."

Nicole Roza Mello


"Adorei o livro, nunca pensei que iria gostar tanto de Shakespeare. O texto é de fácil entendimento e com muita tragédia envolvida, o que me lembra meu primeiro livro na cadeira, Édipo Rei. Certamente o leria novamente muitas e muitas vezes!"


Wallace Azambuja

"Sinceramente, a vibe por se tratar de um livro do Shakespeare não surtiu efeito, pelo menos pra mim. Talvez outra história do autor eu possa gostar, mas essa, acho que pelo grande número de personagens, e alguns nomes difíceis de falar e memorizar (Banquo, Duncan) não me satisfez."






Escola de Mulheres



Resumo

  Este livro tem como personagem principal Arnolfo, um homem de 40 e poucos anos (considerado velho em seu tempo), que deseja ter o casamento perfeito, com uma esposa fiel e dedicada. Logo no início ele declara seus planos, desprezando os maridos que permitem que suas esposas os traiam. Alegando que ele já escolheu sua esposa, que a "moldou" como queria; além de contar seus planos para com ela.
   Sua futura esposa é retratada como extremamente ingênua, tendo sido escolhida aos seus quatro anos de idade por ele. Além de ter estudado em um convento, sob as ordens dele, ainda foi inteiramente privada de liberdade e de conhecimentos externos, ou seja, ela só fazia/sabia, aquilo que ele queria.
  Ao longo do livro há a reviravolta da história, onde Inês descobre o amor através de alguém que, inicialmente, se aproveita de sua ingenuidade para se aproximar dela. Amor esse que se mantém até o final do livro. Horácio era amigo de Arnolfo, e lhe conta sobre sua investidas com a moça e seus avanços, sem desconfiar que Inês o "pertencia". Ou seja, ele se "entregava" ao noivo de Inês, sem saber o que este realmente era.
  Ao fim do livro tudo é posto "em branco", se descobre que a prometida de Horácio é alguém que aos quatro anos fora tirada de casa, para ser criada a fim de se tornar a esposa perfeita de um ricaço, e que este é Arnolfo. Ou seja, sua prometida já é sua amada, e Arnolfo acaba sendo o corno que tanto satirizava em suas falas.



Citações

"Por mais que isso lhe aborreça
caneta tinta e papel
deve tirar da cabeça.
A ignorância é um escudo.
Num lar realmente honrado
o marido escreve tudo."
(Lições do casamento, 'sétima lição')


"No meio disso tudo, o que me dá prazer é que o próprio galante é que vem me informar como pôs a armadilha. O infeliz trapalhão, que me quer destruir, elegeu confidente o seu próprio rival." 
-Arnolfo


"Se todos os maridos que conheço recebessem os amantes das esposas com o calor com que recebo este, o número de chifres da cidade seria bem menor."
-Arnolfo






Curiosidades

- A peça foi escrita em 1662, por Jean-Baptiste Poquelequin (1622-1673);
-Muito criticada logo que foi lançada, por seu tom satírico aos costumes da época.
-Outras obras do autor: As preciosas ridículas (1659); Tartufo (1664); O Avarento (1668); Anfitrião (1668).

Avaliação da obra

Nicole Roza Mello

"Adorei a obra, de leitura fácil e instigante. Sendo esta uma das falas que mais gostei "Para quem acha os chifres a suprema vergonha, não casar é a única forma de estar seguro". Admito que durante o livro inteiro, estava torcendo para que Arnolfo ficasse com Inês, pois, ao meu ver, ele a amava sim, e apesar de estar querendo alguém submissa a ele, percebe-se o motivo principal para isto, é que ele não queria ser corno, como seus vizinhos. Ou seja, ele apenas não queria ser feito de tolo, e analisando a sociedade, percebeu como eram as mulheres que possuíam amantes, tendo assim o perfil delas, o qual não queria para sua futura esposa, pois o desaprovava. Ao fim, fiquei desejando uma continuação, um final feliz para Arnolfo, assim como Inês e Horácio tiveram."


Renan Hoffmann

"Eu achei uma história bem louca, pois  o cara que mais pregava contra as mulheres que traíram, ou gozava das pessoas que eram traídas e que se tornavam cornas, ele passou a ser um.  Também de alguma forma nos mostra que o amor sempre prevalece, porque ele fez tudo para que não fosse corno,  criou a Inês para que sempre obedecesse ele, mas ela acabou escapando e querendo outro cara. 
É uma obra que não precisamos  ter um grande esforço para ler, pois ela é bem fácil de entender, porém me deixou com vários questionamentos ao longo da história que ia se revelando partir da leitura".


Larissa Parodi

"Adorei a obra, o enredo é bem envolvente, e quando estava lendo até cheguei a rir em algumas partes porque foi sensacional o personagem querer evitar uma situação que no final tudo conspirou a favor. Quando Arnolfo conversava com o seu amigo, e esse dizia o que acontecia com ele e Inês era muito engraçado.
Também tive a mesma impressão do Renan, de que quando as pessoas se apaixonam o amor sempre é maior do que tudo. Porém não concordo que Arnolfo tenha sido traído visto que ele nem era casado com Inês, e na verdade ela o via como uma figura paterna, pois foi ele quem a criou."


Wallace Azambuja

"Se de fato o que Molière escreveu é um retrato social daquele tempo, vê-se que o homem possuiu traços comportamentais duvidosos desde há muito tempo (séc. XVII). Mesmo se tratando de uma sátira, acho complicado imaginar uma criança a partir de seus 4 anos já com o destino traçado." 


segunda-feira, 26 de junho de 2017

D. Quixote de la Mancha



Resumo


(Capítulos selecionados) Começando pelo prólogo, extremamente elaborado, onde Miguel de Cervantes, autor de D. Quixote de La Mancha, humildemente afirma seu não-otimismo quanto a recepção da obra, é dito que um legislador chamado Vulgo contribuiu na produção da história, sugerindo algumas sentenças de poetas famosos ou até passagens das Sagradas Escrituras, aconselhando também em ser importante, para passar uma ideia de bom entendedor das letras, que o escritor cite personagens e cenários célebres, notavelmente conhecidos do mundo literário.
O primeiro capítulo apresenta o fidalgo, morador da Mancha, que detinha por volta de 50 anos; possuía um rocim (cavalo fraco) e vivia com a sobrinha, uma ama e um rapaz que auxiliava-os. O fidalgo costumava ler muitos livros de cavalaria, de modo ocasionou que todas as suas futuras desventuras. A leitura incessante de tais histórias lhe causaram a completa perda do juízo, tendo sua imaginação espaço apenas para as aventuras cavaleirescas. Decidiu ser então cavaleiro, montar no seu cavalo, empunhar armas e buscar as costumeiras missões dessa classe. Adotou como nome D. Quixote de la Mancha, e seu cavalo Rocinante. Cismou ainda de possuir uma dama que pudesse chamar de sua, escolhendo para tal Dulcinéia del Toboso.
As primeiras andanças de D. Quixote, à custa de fome e cansaço, lhe fizeram imaginar no lugar de uma pousada haver um castelo, com torres, ponte levadiça e tudo mais que caracterize uma fortaleza. Sua presença ali, dotado de escudo e lança, foi motivo de escárnio para duas moças, que estranharam os modos do fidalgo. O vendeiro da pousada oferece dormitório a D. Quixote, que permanece ainda preocupado em não possuir o título de cavaleiro. O vendeiro tratou do ritual de ordená-lo cavaleiro, acelerando o processo devido a confusões que D. Quixote armou com outros homens durante a falsa celebração de nomeação.
Houve quem tentasse impedir essas alucinações de D. Quixote. No capítulo 7, a ama, o cura e o barbeiro têm a ideia de queimar os livros que tanto incutiram nele os desejos de se fazer cavaleiro; chegaram mesmo a emparedar o cômodo onde ficavam os livros, tudo para D. Quixote não avistá-los. Na elaboração de uma história que explicasse o sumiço dos livros, disseram que um feiticeiro, de nome Frestão, causou aquilo. Após dias sem ação, D. Quixote resolve convidar seu vizinho Sancho Pança a ser seu escudeiro, prometendo-lhe como recompensa uma ilha e o governo dela. Numa noite, sem despedirem-se de ninguém, partem atrás de seu objetivo incerto.
Um dos eventos mais emblemáticos da aventura de D. Quixote e Sancho Pança ocorre no capítulo 8, na "batalha" entre o fidalgo que se imagina cavaleiro e os "gigantes", que não passam de moinhos de ventos! Num ataque mal-sucedido, uma das pás do moinho arremessa D. Quixote e seu Rocinante a metros de distância. A culpa pela "mutação" dos moinhos recai sobre o feiticeiro Frestão, que o fidalgo tem agora por inimigo. Após o ocorrido, há um período de descanso dos dois aventureiros, e posteriormente investem numa nova confusão, quando avistam pela estrada dois frades, seguidos por alguns homens e uma senhora carregada numa carruagem. D. Quixote acredita haver no interior do veículo princesas mantidas prisioneiras. Iniciada a pancadaria, Sancho Pança primeiro trata de recolher os objetos e vestimentas do frade agredido por seu amo. Sancho é pego desprevenido e apanha dos outros rapazes que acompanhavam os frades. Pedindo D. Quixote a moça da carruagem que contasse daquele resgate ali feito a pessoa de Dulcinéia del Toboso, é instado por um escudeiro da comitiva a desimpedir o caminho. Após uma troca de ofensas, os dois enfrentam-se. D. Quixote, só de escudo, parte pra cima do oponente, equipado de uma almofada, que servia de defesa. O fidalgo rogava durante o combate por algum apoio da imagem de Dulcinéia; o outro, mergulhado em raiva pelo desafiante, era amparado pelas súplicas das mulheres da carruagem. A conclusão do embate é narrado no capítulo seguinte (não solicitado no plano de leitura).
No capítulo 20, receosos diante de uma floresta escura e fonte de barulhos estranhos, D. Quixote e Sancho Pança ficam estáticos, e após um discurso motivacional, o fidalgo pede a seu escudeiro três dias de espera; pelo contrário, que se dirija a Dulcinéia del Toboso e relate sua bravura até ali. Sancho desesperasse, e numa tentativa de impedir a partida de seu amo, amarra as patas do Rocinate. Adiada a viagem de D. Quixote, este pede que Sancho lhe entretenha contando uma história (hilariamente confusa). O humor neste capítulo é evidente, como nas tentativas de Sancho em não perturbar D. Quixote com o cheiro e barulho de suas "necessidades naturais".
No dia seguinte, já liberto o Rocinante de suas amarras, D. Quixote monta no cavalo e repete o dito da noite anterior; Sancho desaba em choro, mas decidi por seguir o amo. Aproximando-se do local que os assustara na noite anterior, o barulho que tanto os preocupava parecia vir de uma casa próxima dali; D. Quixote emudeceu, enquanto Sancho Pança continha o riso da causa do pânico: eram seis maços de pisão (espécie de máquina de costura). D Quixote repreende Sancho após as galhofas do mal-entendido. Estendesse o discurso em exemplos de boa conduta dos escudeiros de famosas histórias.
Sob a alcunha de Cid Hamete Benengeli, suposto historiador que tomou conhecimento de D. Quixote e suas aventuras, o narrador relata no capítulo 22 a situação em que o cavaleiro e seu escudeiro imaginam estar diante de prisioneiros do Rei; doze homens presos pelo pescoço, sob a vista de dois a cavalo e outros dois a pé. Jurando auxílio aos miseráveis, D. Quixote toma ciência de serem os prisioneiros condenados às galés. Após ouvir o relato e a causa da condenação de cada um dos detidos, D. Quixote impede a agressão que um iria receber, acrescentando um discurso em defesa daqueles homens. Começa a confusão; no meio da briga entre D. Quixote e os guardas da diligência, os prisioneiros conseguem se libertar. Pede o fidalgo que os libertos se dirijam a Toboso e falem a Dulcinéia de sua proeza; uma chuva de pedras foi a resposta daquele pedido. D. Quixote e Sancha acabam tendo suas coisas roubadas, além de serem brutalmente agredidos (o mesmo acontece a Rocinante e o jumento de Sancho).
No capítulo 29, os conhecidos de D. Quixote (Dorotéia, o barbeiro, o cura) tramam uma cena para reavivar a autoestima do fidalgo cavaleiro, pois este se encontrava num abatimento deplorável. Dorotéia ornou-se como uma fictícia dama. Sancho encanta-se por ela, e é, levado a crer estar a moça a procura dos serviços cavaleirescos de D. Quixote. Após procurá-lo, encontram-no entre uns rochedos. A fajuta história de Dorotéia para motivar D. Quixote funciona, e Sancho, entusiasta da empresa, incita o amo a partir nessa nova aventura.
O capítulo 30 dá prosseguimento a mentira de Dorotéia, que faz com que D. Quixote ajoelhe-se perante ela, prometendo readquirir o reino que a pertencia e derrotar o usurpador de tal. Sancho, implorando por este matrimônio, acaba que ferindo o orgulho de seu amo, ao este titubear diante deste destino. D. Quixote agride Sancho e dá a entender que tudo pelo que está passando, só é possível pelo seu pensamento permanente em Dulcinéia. Os dois "lavam a roupa suja" e fazem as pazes. Retomada a caminhada, Sancho avista seu jumento, que havia sido roubado. Ginez de Passamonte, o ladrão, empreende fuga. Conversando entre si, o cura e Dorotéia falam da disposição de D. Quixote em até ali acreditar nas histórias de cavalaria que norteiam suas andanças.
No capítulo 38, D. Quixote discursa sobre as armas e as letras, com os letrados e os soldados sendo comparados em cada uma de suas funções. Conclui no discurso ser o trabalho do soldado maior do que o pagamento; diz também serem as letras que sustentam as leis, que por sua vez sujeita as guerras; as armas, em sua concepção, detêm a honra de garantirem as leis, juntamente como a defesa dos reinos e das cidades. D. Quixote afirma neste discurso seu descontentamento com a artilharia usada nas batalhas, que em sua covardia mecânica abatem os cavaleiros que lutam corajosa e bravamente.
No segundo livro, D. Quixote e Sancho Pança tomam conhecimento de sua "boa" fama; há um título em circulação narrando suas aventuras. A promessa de ser governador de uma ilha parcialmente se realiza para Sancho Pança, que numa armação feita por terceiros, se vê diante de mil súditos que lhe servirão durante uma semana. Sancho, no posto de governador, tem de decidir, mediante decisões responsáveis, o que fazer diante de variadas pendências de seus subordinados. Sancho ainda mantêm contato com sua mulher, Teresa Pança, via correspondências. Não muito tempo depois, abdica do posto de governador.
O fim dessa jornada acontece a partir de uma série de embates entre D. Quixote e Sansão (que por desejo da sobrinha do fidalgo "Cavaleiro da Triste Figura", de reaver o tio, empreende tal missão). D. Quixote, numa aposta onde caso fosse derrotado retornaria para casa, acaba vencido por Sansão. Convicto de estar curado da insanidade de ser um cavaleiro, decide por abandonar as armas. Já a beira da morte, deixa para seus próximos tudo o que tinha, e para Sancho Pança, a saudade de seu amor.

Citação


- A aventura vai encaminhando os nossos negócios melhor do que o soubemos desejar; porque, vês ali, amigo Sancho Pança, onde se descobrem trinta ou mais desaforados gigantes, com quem penso fazer batalha e tirar-lhes a todos as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; que esta é boa guerra, e bom serviço faz Deus quem tira tão má raça da face da terra.

- Quais gigantes? - disse Sancho Pança.

- Aqueles que ali vês - respondeu o amo - de braços tão compridos, que alguns os têm de quase duas léguas.

- Olhe bem Vossa Mercê - disse o escudeiro - que aquilo não são gigantes, são moinhos de vento; e os que parecem braços não são senão as velas, que tocadas do vento fazem trabalhar as mós.

- Bem se vê - respondeu D. Quixote - que não andas corrente nisto das aventuras; são gigantes, são; e, se tens medo, tira-te daí, e põe-te em oração enquanto eu vou entrar com eles em fera e desigual batalha.
Livro 1 - Capítulo VIII



Curiosidades


- A difícil vida de Miguel de Cervantes confundisse com a de D. Quixote; de fato, o autor do livro precisou escrever uma continuação para arrecadar dinheiro e sobreviver.
- Pra quem é fã de Chaves, há uma versão do Roberto Bolaños para as aventuras de D. Quixote e Sancho Pança. Para assistir, Clique aqui.


Avaliação da obra

Wallace Azambuja

"A história é muito boa. Com o decorrer da trama, pode ser que você se identifique ou odeie a forma com que D. Quixote vê o mundo; a garantia é de que irá achar o livro engraçado em diversos capítulos, principalmente nos momentos onde há brigas e desentendimentos."



Nicole Roza Mello

"Adorei a história, fiquei com pena do cavaleiro em alguns momentos, afinal não se pode culpar um louco por sua loucura. Em alguns momentos do livro me cansei, pois sua aventura parece interminável, de forma que quando para que ele irá descansar (e eu também) aparece mais outras e outras aventuras para nos fisgar ao texto mais ainda."


Renan Hoffmann

"É uma história bem legal, mas digamos que é um pouco cansativa, pois tu espera muito pelo final, mas ele nunca chega, te envolve, mas ao mesmo tempo te distancia da leitura". 

Larissa Parodi

"A história é interessante, porém muitas vezes cansativa. Gostei da relação de amizade entre Quixote e Sancho, porque é como se Sancho fosse um guia para Quixote, a parte lúcida, sempre tentando trazê-lo de volta a realidade, mas nunca dizendo que ele era louco de fato."


domingo, 25 de junho de 2017

Lancelot, o cavaleiro da charrete




Resumo

O livro conta a história de Lancelot, com suas grandes aventuras por conta de seu amor exagerado a Rainha de seu reino. Sir Gawain sai em nome do rei, sendo seu sobrinho, em busca da rainha, que foi levada embora, Lancelot aparece já no início de sua jornada. Gritando com um anão sobre o local onde a rainha se encontra, este está dirigindo uma charrete, e convida Lancelot a entrar nela para saber mais do paradeiro da rainha. Lancelot entra a contra gosto, já que charretes naquele tempo, normalmente transportavam ladrões, e Lancelot não o era, na verdade, era um bravo cavaleiro.
Ao longo do livro, Lancelot, comprova sua bravura em suas aventuras, sendo sempre desafiado e rebaixado por conta de ter entrado na charrete, sendo chamado de 'O cavaleiro da charrete'.
Por onde passava deixava seu rastro com orgulho, sempre mantendo o foco de salvar a rainha. Nenhum desafio o fazia recuar ou parar, avançando ao seu objetivo, deixando admiradores e inimigos derrotados para trás. Uma de suas grandes aventuras, foi atravessar uma ponte de espada afiada, com leões no meio do caminho. Mas como sempre, Lancelot foi vitorioso em sua jornada.
Ao final do livro ele chega em seu destino, onde pretende guerrear pela rainha. E claro que vence, tendo assim, o aval para levá-la de volta, juntamente a outros prisioneiros daquela terra. No entanto ela não aceita voltar com o cavaleiro, determinada a esperar por Gawain. Que ainda não havia chegado.
Lancelot se organiza para ir atrás de Gawain, no entanto, no caminho, sofre uma emboscada, e é levado embora. Já perto do final do livro, Lancelot se aventura mais algumas vezes. Sendo ganhador de um torneio de cavaleiros, ele termina por ser preso recebendo poucos alimentos. Um fim trágico para o nosso bravo cavaleiro!



Citações

" A rainha zomba em segredo do que ouve dizer ao redor. Sabe que nem por todo o ouro da Arábia, se o oferecessem, ele não tomaria a melhor de todas as damizelas, nem a mais bela nem a mais formosa, esse cavaleiro que a todos apraz. Em uma única cousa todos estão de acordo:cada qual gostaria de o ter"




Curiosidades

- Livro escrito no século XII, por Chrétien de Troyes;
- Lancelot aparece na série Once Upon a Time, sendo interpretado pelo ator Sinqua Walls.





Avaliação da obra

Nicole Roza Mello

"O livro possui grandes aventuras, possui uma história envolvente, mas no entanto cansativa em certos pontos, pois quando você acha que as aventuras acabam e que o cavaleiro poderá descansar, ai é que vem mais e mais aventuras. Ao final do livro, fiquei extremamente surpresa com o descaso da rainha quanto ao seu salvamento feito por Lancelot, talvez por ter acompanhado os maus bocados pelos quais o cavaleiro teve de passar."

Wallace Azambuja

"A história de Lancelot é típica dos romances de cavalaria, mas possui algumas peculiaridades que me chamaram a atenção; fiquei imaginando o cavaleiro andando sobre uma ponte de lâminas afiadas (com os pés descalços!). Por causa de um enredo deste formato que Miguel de Cervantes deve ter tido a fama de acabar com o "sonho cavaleiresco".

Renan Hoffmann

"Achei uma história bem interessante, um cara que sempre quer ser o centro de tudo, muito positivo também, sempre vendo que tudo vai dar certo, que tudo está ao seu favor . Sempre se achando o vitorioso, que de fato é, pois ganha sempre, fazendo com que seu ego aumente. De fato é uma leitura muito boa para se fazer e refletir em tudo que ele faz para ter a Rainha, e por ser de aventura  algo que gostei muito, pois descreve bem as batalhas e a busca pela a Rainha". 

Larissa Parodi

"Não gostei muito dessa leitura, mas não é porque não seja boa, e sim porque não sou acostumada a ler romances de cavalaria, prefiro outros tipos de leitura. Mas pra quem gosta, certamente é uma ótima história, onde o leitor pode se imaginar nas aventuras junto com Lancelot."









sábado, 24 de junho de 2017

Inferno (A Divina Comédia)


Resumo


Guiado pelo poeta latino Virgílio, Dante Alighieri concede sua própria imagem ao protagonista do poema para percorrer os caminhos que formam o Inferno, primeiro de três cenários que compõem "A Divina Comédia". Através da narrativa que descreve o local e dos acontecimentos que Dante ali presencia, pode despontar uma primeira impressão - à quem lê dando atenção a biografia e formação teológica de Alighieri - da presença de crítica do autor ao comportamento humano (no viés pecaminoso da conduta anti-cristã); por outro lado, vê-se também a possibilidade do poema ser um ascenso de talento particular do artista, promovendo a obra ao patamar ambíguo de retaliação social escrita, com aspectos homéricos de poesia.
O Inferno que Dante é induzido a explorar (mediante o argumento decisivo dito por Virgílio, que será substituído por Beatriz, amada de Dante, ao atingir o Paraíso) é uma exposição das agruras humanas, causadas pela desobediência aos preceitos sagrados e adesão aos pecados capitais. Composto de nove círculos concêntricos, cada nível do Inferno salta aos olhos do protagonista e seu guia com imagens de sofrimento e castigo.
No trajeto inicial, antes de adentrarem pelos círculos, Dante e Virgílio se vêem diante de corpos indecisos, ignotos em seu próprio estado - como em vida - ao não optarem pela religião, ou pela má, boa conduta, no desdém do arbítrio. A figura papal de Celestino V está presente também, punida pela renúncia ao cargo em vida.
Após um repentino desfalecimento, Dante encontra-se no primeiro círculo - o Limbo. Aí estão pessoas que desconhecem Deus, o Cristianismo, devido ao fato de terem nascido antes mesmo do surgimento da doutrina. Homero, influência de Dante e Virgílio, e um dos poetas clássicos, aparece neste lugar.
Chegando "onde a luz não brilha", Dante e Virgílio passam ao segundo círculo, onde Minos ouvia e decretava a penalidade das almas; o pecado em comum aqui é a ofensa a Deus e também disposição aos vícios - Dido, amante de Eneias na Eneida, de Virgílio, preenche este círculo.
Cérbero, cão de três cabeças, molesta os condenados ao terceiro círculo; ali, onde chove impiedosamente, Dante conversa com Ciacco, conterrâneo seu. Pessoas, como numa espécie de tapete, cobrem o chão, pungidos pela água.
No quarto círculo, Dante é recebido, rispidamente, por Pluto (deus grego da riqueza); isso já mostra o aspecto comum das almas naquele ambiente; pessoas que afeiçoaram-se demais aos bens materiais (papas, novamente aqui) arrastam-se contra a negrura de uma água fervente.
Conduzidos num bote por Flégias, os poetas chegam ao quinto círculo; um lodaçal, repleto de pessoas consumidas pela ira, rodeia o batel; um conhecido de Dante tenta agarrá-lo, sendo enxotado por Virgílio.
Após percorrer o Rio Estige, Dante e Virgílio chegam a Dite, uma cidade dentro do Inferno. Afunilando cada vez mais neste submundo, atravessam os muros dessa cidade e chegam ao sexto círculo, destino dos hereges (contrários a crença cristã. Dante se dispões a ouvir quem ali padece; outros, como Farinata, indagam sobre entes ainda vivos.
Do alto de um despenhadeiro, os viajantes do Inferno identificam o sétimo círculo. No lugar exalava fétido cheiro, vindo do centro abismal. Virgílio explica a Dante a configuração daquele terreno: três círculos subjacentes, cada um destinado a castigos diferentes: violência a Deus, a si próprio (suicídio) e ao próximo. Minotauros, Harpias e um terreno arenoso e ardente, em chamas, são os flagelos, respectivamente. No final do terceiro nível, Dante se depara com muitos condenados oriundos de Florença, sua terra natal.
Transportados por Gerião, criatura alada de face humana, Dante e Virgílio contornam o sétimo círculo; deixados dentro do abismo, de nome Malebolge, notam sua divisão em dez cavidades. Em cada uma a punição alterna, mediante os devidos pecados: na primeira há enganadores e arrumadores de intrigas; na segunda, aduladores; na terceira, ladrões de artefatos religiosos; na quarta, os vates (adivinhos, como Tirésias); na quinta cavidade, são punidos aqueles que praticam corrupção em cargos públicos, além de surrupiadores dos próprios patrões; na sexta parte estão os hipócritas, vestidos em pesadas capas de chumbo, entre eles Caifás, fariseu envolvido na morte de Jesus; na sétima, ladrões são punidos, sofrendo metamorfoses através da picada de serpentes; aqui outros florentinos são identificados por Dante.
No oitavo segmento, Dante encontra Ulisses dentre os maus conselheiros; este conta como morreu, através de um tufão que atingiu sua embarcação.
Na nona cavidade estão pessoas que causaram separações familiares, religiosas e que geraram desordem social. A décima e última parte deste círculo é repleto de falsificadores; dentre os quais alquimistas, os que falsificam moedas e os mentirosos.
Já no centro do abismo, Dante e Virgílio são apoiados por um gigante (Anteu, um dos punidos por Júpiter) para acessá-lo. O círculo final é dividido em quatro, sendo separadas as pessoas conforme o tipo de traição; na Caina, estão traidores da própria família; na Antenora, os traidores da pátria; na Ptolomeia, traidores de amigos; e na Judeca, quem traiu seus protetores.
No centro daquele último reduto de punição, Dante enxerga Lúcifer, criatura horrenda e dotada de três cabeças. De tal forma compondo a aparência sinistra e maculada da besta, pendem, um em cada lado: Bruto, Cássio (assassinos do imperador Julio César) e Judas Iscariotes (o traidor de Jesus Cristo).

Citações


"- 'Oh! Virgílio, tu és aquela fonte
Donde em rio caudal brota a eloquência?'
Falei, curvando vergonhoso a fronte. -

'Ó dos poetas lustre, honra, eminência!
Valham-me o longo estudo, o amor profundo
Com que em teu livro procurei a ciência!

És meu mestre, o modelo sem segundo;
Unicamente és tu que hás-me ensinado;
O belo estilo que honra-me no mundo."
Canto I, versos 79 - 87

"- 'Estão lá dentro dessa flama dira 
Diômedes e Ulisses: em castigo
Sócios são, como outrora hão sido em ira.

'Lá dentro geme o pérfido inimigo,
Inventor do cavalo, que foi porta,
Por onde a Roma veio o início antigo;

'Chora-se a fraude, que Deidamia morta,
Ainda exprobra a Aquiles, ressentida;
Pelo Paládio a pena se suporta'."
Canto XXVI, versos 55 - 63



Curiosidades


- O Inferno descrito na Divina Comédia serviu de inspiração para a criação de diversas pinturas de artistas famosos, como as do italiano Sandro Boticelli (acima) e Paul Gustave Doré.
- Em meados de 2013, foi lançado o livro de ficção Inferno, do escritor Dan Brown; tendo como pano de fundo A Divina Comédia, também em 2016 estreou a produção para o cinemas.

Avaliação da obra


Wallace Azambuja

"Este livro possui algo difícil de explicar; posso dizer que sua leitura me fez imaginar a riqueza de conhecimentos e habilidades do Dante Alighieri em imaginar algo tão assustador como o Inferno descrito, ao mesmo tempo em que nos conduz ao lado dos visitantes do submundo. Ademais, sempre ouvi dizer da importância desta obra, e ao lê-la, compreendi a razão disso."

Renan Hoffmann

"É um livro muito confuso, temos que ter uma leitura bem devagar, pois eu me perdi diversas vezes durante minha leitura, além de ser relacionado a inferno, purgatório, céu e tem como base os sete pegados capitais, acredito que quem já tem um conhecimento bíblico, possui um entendimento melhor no seu primeiro contato, mas claro todos são capazes de fazer uma boa leitura. Acredito por ele ser bem dividido e conter muitas informações que são relevantes para o entendimento, pode parecer mais difícil".

Nicole Roza Mello

"É um livro de difícil leitura, mas que conta uma boa história, é preciso muita paciência para lê-lo, pois é fácil se confundir quanto as coisas que estão sendo narradas."

Larissa Parodi

"É uma obra incrível, de uma riqueza imensa de detalhes e informações. Achei muito geniais as referências usadas por Dante. Porém para ser compreendida em toda sua magnitude a obra demanda tempo e atenção para ser lida."










Eneida


Resumo


Considerado o maior poeta latino, Virgílio, autor da Eneida, fez de seu poema épico a magnum opus do Império Romano de seu tempo. Inspirado por Homero, Virgílio transforma a epopeia num retrato da formação romana. O protagonista da história é Eneias, combatente da Guerra de Troia considerado o segundo mais valoroso guerreiro troiano, atrás apenas de Heitor; seus pais são a deusa Vênus (Afrodite, para os gregos) e Anquises. Com a cidade de Troia ficando em ruínas após os ataques dos gregos, Eneias é aconselhado por sua mãe, Vênus, a deixar a cidade e partir com seu pai, mulher e filho. Creusa, mulher de Eneias, é procurada pelo herói, sem êxito, ficando este responsável pela segurança de seu pai Anquises e de seu filho Ascânio na fuga de Troia. Carregando literalmente seu pai já velho pelas costas, fica prometido ao herói por meio de Júpiter (Zeus, para os gregos) o destino dele de encontrar e ser fundador de Roma.
Os acontecimentos em Troia são narrados posteriormente à fuga de Eneias, quando ele já estava na companhia da rainha de Cartago, Dido; esta apaixona-se pelo herói durante as narrativas dele de suas desesperadas aventuras em busca de uma nova terra. Enquanto caçavam em determinado momento da história, Dido e Eneias acabam que se separando dos companheiros do herói e vão juntos para uma caverna, onde comprazem-se. Eneias se vê obrigado a deixar Cartago e Dido logo que Júpiter lhe conduz a abandonar o lugar e partir para o Lácio, onde se situaria uma "nova Troia".
Antes de chegar ao seu destino, Lácio, Eneias aporta ainda na ilha da Sicília, onde estava enterrado seu pai, que jazia naquelas terras a um ano. Um grande evento acontece em memória de Anquises, com direito a libações, corridas, disputas de arco e flecha, entre outros torneios que visavam tornar esta festividade uma tradição, segundo Eneias, quando este partisse dali e fundasse uma nova Troia; a memória de seu pai seria relembrada a cada ano em seu novo lar.
Eneias tem a oportunidade de ver seu pai no mundo dos mortos, ao solicitá-lo e pedir-lhe conselhos para sua jornada, recebendo ainda vaticínios de Anquises quanto ao futuro no Lácio. Eneias encontra também neste submundo Dido, que ignora-o.
Por fim, Eneias chega ao Lácio, onde o rei Latino lhe propõe a mão de sua filha, Lavínia. Turno, pretendente anterior a Eneias, fica furioso e planeja a destruição do exército troiano de Eneias; ajudado por Netuno, a derrocada do herói é evitada. O embate acaba sendo um duelo apenas entre Eneias e Turno, que termina com a vitória do herói troiano, ajudado por sua mãe Vênus. A morte de Turno se dá por opção de Eneias, quando este observa uma vestimenta de seu amigo Palante nos ombros do agonizante adversário. Detentor das terras prometidas, Eneias se vê enfim encarregado da missão de formar uma nova linhagem gloriosa, que daria origem a Roma.



Citação


"Turno olha humilde, súplice ergue a destra:
'Bem mereço, é teu jus, perdão não peço;
Mas, se de um pai (de Anquises te relembres)
Comove-te a velhice, a Dauno eu rogo
Me entregues, se não vivo, ao menos morto.
Venceste, e viu-me enfim a Itália toda
As palmas levantar: Lavínia é tua; 
Os ódios não requintes.' O acre Eneias
Pára, os olhos volteia, a mão reprime:
Iam-no as preces quase enternecendo, 
Quando o infeliz talim se mostra ao ombro
E a cravação do cingidouro fulge,
Despojos de Palante, a quem menino
Prostrara Turno com letal fereza,
E essa divisa infesta em si trazia.

Da cruel dor no monumento os olhos
Mal embebe, enfuriado o herói vozeia:
'Que! tu me escaparás dos meus com presa!...
Nesta ferida imola-te Palante,
Palante vinga-se em teu ímpio sangue.'
No peito aqui lhe esconde o iroso ferro:
Gelo os órgãos lhe solve, e num gemido
A alma indignada se afundou nas sombras."
Canto XII, versos 904 - 926

Curiosidades



- Por se tratar de um épico poema latino, a Eneida possui divergências na nomenclatura dos deuses, quanto aos mesmos da poesia épica de Homero; por exemplo: a deusa Vênus (nomenclatura romana), em relação a Afrodite (nomenclatura grega).
- Assim como a Odisseia está para a Ilíada, a Eneida retoma os acontecimentos da Guerra de Troia, elucidando alguns eventos não esclarecidos; como o paradeiro de Príamo, rei de Troia, que morreu durante a batalha.


Avaliação da obra

Renan Hoffmann

"É uma obra muito conhecida, e bem comentada, porém é outra obra que achei difícil de ler. São muitos personagens, diversos deuses que de alguma forma precisamos saber suas funções para facilitar mais a leitura. E eu realmente não gosto de ler livros, que contém deuses, semideuses junto com humanos, acho muito confuso, e acaba não sendo recompensador para mim, porque não consigo ter uma interpretação satisfatória".   


Nicole Roza Mello

"Não gostei da obra, pois a leitura é muito complicada, a história que está sendo contada pode até agradar a outros, mas a mim não. Além do tamanho exagerado do livro, possui inúmeras palavras para chegar no final e não dizer nada com nada, pois eu não entendo, pelo menos, só com alguém me explicando o que estava escrito!"


Wallace Azambuja

"Depois que li a Ilíada, de Homero, percebi que tinha de ler a Odisseia e a Eneida pra entender o vínculo dessas obras; compreendi que Virgílio se inspirou muito nas epopeias do poeta grego pra fazer uma que narrasse o mito de fundação de Roma".



Odisseia


Resumo


A Odisseia é uma obra, de autoria do poeta grego Homero,  que relata as agruras enfrentadas por Odisseu (Ulisses, para os romanos), participante da Guerra de Troia, em sua tentativa de retornar para sua casa, em Ítaca. Durante a história, são contados os episódios que envolvem cada parte dos envolvidos na vida de Odisseu, habitantes da terra natal do herói: Penélope, mulher de Odisseu, que é atormentada pela ausência do marido e que sofre com os pretendentes que visam tê-la como sua esposa; Telêmaco, filho de Odisseu, também angustiado pela falta do pai, que mal chegou a conhecer, quando este partiu para a guerra; e seu pai Laerte, rei de ítaca.
São muitos os deuses que surgem no decorrer da aventura (ou desventura) de Odisseu; alguns deles, como Poseidon, tornam o desejo do guerreiro grego de voltar para casa uma tarefa difícil; há a passagem em que Poseidon se enfurece ao ser notificado da cegueira de seu filho, o ciclope Polifemo, por Odisseu, e faz com que este vagueie por mais um tempo longe de sua pátria. As benesses ganhas por Odisseu dos deuses são atribuídas em parte por Atenas (auxiliar de Telêmaco em Ítaca, quando este busca informações do paradeiro do pai), Hermes, mensageiro dos deuses (que informa a ordem de Zeus para Calipso libertar Odisseu de sua ilha, onde passou 7 anos), e Éolo, deus dos ventos (este chega a dar nas mãos de Odisseu um saco com todos os ventos que retardariam a viagem do heroi e seus companheiros, quando estavam partindo da ilha de Eólia; seus companheiros de aventura, no entanto, abrem o saco enquanto Odisseu dormia, causando a turbulência da embarcação e a desesperança do herói.
Os companheiros de Odisseu em sua tentativa de retornar a pátria causam em alguns momentos  a infelicidade de cometerem erros que retardam o sucesso da viagem; na ilha do deus Hélio, por exemplo, estando previsto que se comessem do rebanho dele, um grande mal seria posto em prática, a fome dos homens de Odisseu fez com que eles consumissem a carne dos animais, causando a ira das divindades. Foi após os ventos da tempestade destruírem a embarcação e ocorrer o naufrágio dos tripulantes que Odisseu vai parar na ilha de Calipso, onde ficou 7 anos. Antes da morte, os marinheiros ainda se virão transformados em porcos, quando comeram dos alimentos de Circe, bruxa da ilha Ea (Eana); Odisseu resistiu aos encantos da bruxa, aconselhado por Hermes, mas ficou por 1 ano sob os prazeres que a ilha oferecia. Odisseu nesta parte da história se vê percorrendo até mesmo o Hades, onde se encontra com Tirésias, que vaticina sobre o futuro da viagem do herói.
Com a ajuda de alguns marinheiros, Odisseu consegue retornar para Ítaca. Vestido de mendigo, percorre a ilha e encontra pessoas de sua confiança (Eumeu, pastor, e Euricleia, serva de Odisseu); há uma competição pela mão de Penélope, onde os pretendentes são requisitados a utilizarem o arco de Odisseu; este chega e empunha sua arma, sendo o único capaz de utilizá-la. Telêmaco, já ciente da presença do pai, ajuda-o a matar os pretendentes de sua mãe; a mulher e o pai de Odisseu só acreditam estar diante dele quando este demonstra por meio de lembranças ser quem eles tanto estavam esperando.


Citação


"Tendo ouvido o grito, cada um acorria de um lado,
e, de pé em torno da gruta, indagavam o que o afligia:
‘O quê, Polifemo, tanto te perturba para assim gritares
através da noite imortal e tirar-nos do sono?
 Por certo ninguém quer teus rebanhos contra tua vontade!
Por certo ninguém tenta matar-te com ardil ou violência!’.
A eles, então, do antro falou o poderoso Polifemo:
‘Amigos, Ninguém tenta com ardil, e não com violência’.
Eles, em resposta, falavam as palavras plumadas:
 ‘Se então ninguém a ti, que estás sozinho, violenta,
de modo algum, é possível evitar a doença de Zeus;
mas, tu, faze uma prece ao pai, o senhor Posêidon'".
Canto IX, versos 311 - 322 

Curiosidades


- O episódio da Guerra de Troia, tema central da Ilíada, ressurge com novos fatos na Odisseia, através de narrações feitas por personagens da obra: o Cavalo de Troia, artifício militar usado pelos gregos para adentrar na cidade de Troia, é descrito por Demódoco, quando Odisseu está em Feácia.
- O mesmo Tirésias, tebano que profetiza alguns dos acontecimentos de Édipo Rei, aparece na Odisseia, quando Odisseu vai até o Hades e consulta o vate.

Avaliação da Obra


Wallace Azambuja

"Eu já conhecia uma breve história da Odisseia, pelo fato de ter visto uma adaptação cinematográfica. Em relação a epopeia de Odisseu, vejo que tem muitos aspectos em comum com a Ilíada, outra obra de Homero que li e apreciei. Além de ser uma verdadeira "enciclopédia" do Olimpo, a leitura da Odisseia me proporcionou outra perspectiva dos acontecimentos pós Guerra de Troia."

Renan Hoffmann

" Bom eu achei extremamente difícil essa leitura, infelizmente não consegui compreender muito bem o livro, apenas em sala de aula  que algumas coisas me fizeram sentidos. Acredito que por eu nunca ter tido contato com obras gregas e de guerras como de troia, para mim fica bem difícil essas leituras".



Nicole Roza Mello

"De leitura muito difícil, o livro não me agradou com sua história, pois contos gregos, com os deuses e tals, não são meus favoritos. Agregando assim, mais motivos para eu não querer lê-lo nunca mais."